segunda-feira, 5 de abril de 2010

O mundo é uma escola. A vida é o circo.


A música não é o que eu chamaria de muito boa. Lembra hinos religiosos no ritmo, na melodia boba, quase monocórdia. E a história dele não é mais novidade. Um homem que não passou despercebido na rotina do Rio de Janeiro. Anos 60, José Datrino, depois de presenciar um incêndio em um circo, que matou mais de 500 pessoas, decidiu largar o pouco que tinha e virar andarilho. Distribuía rosas, vinho e palavras às pessoas. Chamava a todos de “Gentileza”. E, por isso, ganhou este nome. Não faço idéia do que aconteceu na cabeça desse homem, mas, provavelmente, a tragédia o tornou diferente. E, mais ainda, ele se permitiu mudar, seguir outro caminho e se dedicar apenas ao que interessa. Caminho difícil esse. Despir de tudo pra se dedicar à gentileza. Talvez por estar tão longe disso, tenho admiração por quem consegue transmitir o bem e o conforto em tudo o que faz. O que essas pessoas têm de melhor se vê nos olhos. Certamente, antes de sua voz, flores e gestos, os olhos desse andarilho falavam do bem. Como falam os olhos de tanta gente que anda por aí. Olhos de conforto, de paz e de amor somente.

Estou longe de ser um pouco “Gentileza”. Quero também o efêmero, o que é importante só hoje, o que não interessa. Sou deste mundo. Deste mesmo. Quero a minha paz primeiro. E isso pode não ser nada gentil.



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