sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Siga todos os sentidos, faça fazer sentido.


Há uns 10 anos ou mais, resolvi seguir o conselho de uma amiga querida e procurar a numerologia. Depois da entrevista, a numeróloga me entregou um relatório imenso sobre o que tinha descoberto a partir da combinação das letras do meu nome. Segundo ela, eu tinha que tirar o “H” do nome. Perguntei: - Posso usar Helena Lara em vez de Helena Machado? Posso usar Helena, simplesmente, pra não ter que tirar o “H”? Ela disse que não, eu tinha mesmo que me desapegar do “H”. Assumi essa mudança até este mês. Cansei. Peguei meu lindo “H” de volta. E senti o mesmo encantamento de quando aprendi a escrever meu nome. Achava essa letra tão linda. Talvez tenha sido ela que me fez gostar de me chamar Helena.

Mas o mais importante disso tudo foi a disponibilidade pra mudar. Mudar de nome, ainda que não seja no documento, mudar de energia. As expectativas na época da mudança no nome eram de que a vida daria um salto. Não posso dizer que não deu. Mas acho que esperava mais mudanças. E, ao mesmo tempo, nem esperava tantas das que aconteceram. Questão de ponto de vista. E o meu muda sempre, graças a Deus. Graças a mim, que me permito.


Se não posso mudar o cabelo, mudo a textura dele, mudo o corte, deixo crescer. Aliás, vou mudar meu cabelo agora. Se não posso ou não quero nada disso, mudo o modo de me vestir. Mudo a cor do esmalte, mudo de caminho, de estratégia. Mudo meus desejos de forma involuntária, não volúvel. Entre uma mudança e outra, sei bem o que desejo.

Há uns dias, analisei intimamente uma poesia da Alice Ruiz, que tem música do Itamar Assumpção, “Milágrimas”. Poesia e música mudam muita coisa. Mudam o momento, mudam a forma. E me ajudam a mudar.


Venho tentando mudar alguns padrões de afeto. Aqueles que a gente nasce sentindo, cresce e envelhece sem saber muito bem de onde eles vêm, pra onde vão. Afeto por mãe, por irmãos, por amigos tortos. Acho que sei cuidar melhor de afetos conjugais. Bom também, afinal tem gente que passa a vida inteira sem nem ao menos saber o que é isso. E não venha me dizer que tudo é afeto e que afeto é tudo a mesma coisa. Não é. Mas eu consigo. “A cada milágrimas sai um milagre.” E esse milagre também depende de mim. Aliás, ontem ouvi de uma amiga nova: -“Helena, você sempre consegue o que quer.” Acredito nela. Talvez ela me conheça melhor que algumas pessoas que estão na minha vida há séculos.


Acredito também que sou capaz de mudar muita coisa que não funciona mais.

Se eu não gostasse tanto mais de tartaruga, diria que estou me sentindo borboleta: asa nova, energia renovada. Forte pra voar. Forte pra nadar pelo mar azul, entrar por mais um oceano. Como tartaruga do mar.


Sempre ouço essa música com a Ná Ozzetti. Mas resolvi mudar o disco também. Segue com Itamar Assumpção.


10 comentários:

Anônimo disse...

Olá Helena(com H,claro)!
Mudanças a vida não só pede:exige.Também creio que perderia parte da minha identidade sem o "H" do meu nome...
Ah!Sou amiga do Gambito(vi seu blogue pelo dele)e já deixei comentários pra vc.Sempre que posso,confiro suas atualizações, pois vc aborda um dos temas mais legais, que é a música brasileira dos anos 70 e 80.
É isso.
Bjs e muito sucesso!
Chris

Unknown disse...

Oi, Chris. Eu me lembro de você, claro! Só não sabia qual Chris.
Que bom que está por perto, comentando. Muito obrigada, viu?! Beijos.

Dandan Marques disse...

Lembro um dia que lhe dei um H recortado num papel, enquanto montava uma boneca. Você me agradeceu com um sorriso tão bonito que eu nunca mais esqueci. Você disse: "que bom, Dandan! Estou precisando mesmo de um H". Naquele momento ainda não sabia da sua história com a numeróloga. Um outro dia você me contou e eu me senti tão sem graça por ter te dado algo que você não queria mais... Ler isto aqui me deixou muito contente! Deu pra ver o quanto este H é importante pra você. (Não tenho esta letra no meu nome, mas eu adoro um H maiúsculo, especialmente aquels bem desenhados, cheios de linhas e arabescos.) Feliz H novo, Helena! Beijos.

helena.mlara disse...

Ei, Dandan. Do "H" recortado eu realmente não me lembro. Lembro de uma faixa com meu nome em japonês, que você fez pra mim. Mas, certamente, devo ter gostado do "H"sim, tanto que você percebeu pelo sorriso. (sabe que ele não mente, né?) Mas nunca me desvinculei dessa letra, sempre senti que ela era minha. Tanto que, pouco tempo depois de tirá-la, resolvi tatuá-la no meu braço. Ainda não o fiz, mas agora vou fazer com ainda mais propriedade. Beijo e obrigada pelo comentário.

Janice Lopez disse...

Minha amada amiga, guerreira, brejeira, menina, mulher, companheira...
Faça sempre o que quiser da sua vida, afinal de contas é você quem a vive...Nós, seus amigos, seguimos gostando de vc! No tempo em que vivemos é fácil ser mais um.
Difícil é ser especial assim como vc o é!
Paz, luz, carinho e amor.

Helena Machado disse...

Obrigada, querida! Muito obrigada.
Beijos.

Antônio LaCarne disse...

"Venho tentando mudar alguns padrões de afeto. Aqueles que a gente nasce sentindo, cresce e envelhece sem saber muito bem de onde eles vêm, pra onde vão. "

Nossa, me encantei por essas palavras, principalmente pela identificação às vontades de mudança, pois creio que as coisas não estão fáceis pra ninguém.

abraço.

Helena Machado disse...

Ei, Antônio. Tudo bem? Que bom que gostou do texto. Este espaço aqui está um pouco abandonado. Por falta de tempo e também por algumas mudanças de padrão (sei que vai me entender). Mas o Miçangas está ativo no Facebook. Procura lá pra curtir a página e acompanhar as postagens musicais. Abraço e muito obrigada. Helena.

Bird disse...

mas, existe Helena sem H????
foi o que fiquei me perguntando... tirar o "H", que doidera...

Helena Machado disse...

Sim, Suzi. Existe. Inclusive neste ano foi lançado um belíssimo filme com esse nome, Elena, sem H. Aproveitando o comentário pra dar essa dica, vale muito a pena mesmo.
Mas nesse tempo que eu tirei, eu não mudei documento, essas coisas. Mesmo porque eu não conseguiria, nem se quisesse, sabe?