quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Baixa santo ou orixá, lá lá lá.



De onde vem o lá lá lá? Pode ser lá rai á ou lá rá rá. Eu não sei, mas alguém deve saber de onde vem. O Tinhorão deve explicar isso muito bem. Vou procurar. O lá lá lá costuma imprimir uma marca muito forte nas músicas. E resolver alguns problemas de expressão também. Há quem diga que é onomatopeia ou interjeição. Eu não sei também. Está nas óperas italianas e, consequentemente, em muita música ocidental. Passeia por nove entre dez sambas famosos.

Laia ladaia sabanada ave maria: outra (não sei o quê) do mesmo tipo que se aplica em muita música. Dá um ótimo improviso numa roda de violão. Aliás, essa pulou daqui até o Carlos Santana. Ou será que desceu do México pra cá antes do Santana se apropriar? Está também em You don’t know me, do Transa. O que dizem é que Santana copiou o "laia ladaia" da música Reza, de Edu Lobo e Ruy Guerra, para o solo de Oye como va. E eles copiaram de quem? Certamente da cultura popular. Não importa de onde. Não tem dono. Assim como não tem mãe o infeliz que resolveu colocar lá rá iá no final de todos os pagodes vagabundos.

Mas o famigerado lá lá lá também pode ser usado para o bem e com muita propriedade. Quando a música é boa e se sustenta sem ele, é claro. Um exemplo bacana é Extra, do Gil. Aliás, que música sensacional. E que lá lá lá fantástico! É tão legal quanto ouvir a mãe do meu amigo dizer "ô lê lê". Só pra falar que está feliz com sua chegada. Ou minha amiga "a louca" resumir a conversa com um lá lá lá. Assim a gente se expressa. Na maioria das vezes, com alegria.

Lá iá lá iá lá iá lá iá!
Lá iá lá iá lá iá lá iá!


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